Nas florestas de sempre-verdes do leste do Estado de Oregon,EUA,espalha-se quase que furtivamente o maior organismo existente na terra,um fungo chamado Armallaria Ostayae,diz a revista National Wildlife.
Descoberto em 2000 sob o solo da Floresta Nacional de Malheur,o fungo tem no minimo 2.400 anos e cobre mais de 900 hectares,ou aproximadamente 1.700 campos de futebol,segundo os cientistas que o descobriram,do serviço florestal dos EUA.Ele vive debaixo da terra e aos poucos se espalha de árvore em árvore,geralmente por meio das raízes.
Mas o fungo tem um lado obscuro,dizem os que tratam de florestas.
O Armarilla causa uma doença nas raizes que com o tempo acaba matando as árvores,relata a revista.(National Wildlife e Despertai)
"Fungos como esse são extremamente versáteis", diz Marina Capelari, pesquisadora da seção de micologia do Instituto de Botânica, em São Paulo. "Eles exploram o meio ambiente e crescem indefinidamente." Mesmo que alguns pedaços do organismo morram, isso não compromete o resto da estrutura, que continua viva e em expansão. Acima da superfície o Armillaria ostoyae tem um aspecto bastante diferente. No outono, ele brota em forma de grupos de grandes cogumelos dourados, que podem atingir até 30 centímetros de diâmetro. A cor amarelada deu à espécie o apelido de cogumelo-mel.Segundo a pesquisadora Catherine Parks, da equipe que localizou o megafungo, os cogumelos são apenas a ponta de um iceberg, insuficientes para dimensionar o que existe por baixo da terra e o impacto que o organismo causa na floresta. Para descobrir que estavam lidando com um único ser, os técnicos mapearam toda a região na qual suspeitavam haver trechos do fungo e analisaram amostras de vários pontos. Pelos resultados, viram que os filamentos possuíam a mesma composição molecular e só podiam ter uma mesma origem.
O processo alimentar do Armillaria é igualmente peculiar. O fungo secreta enzimas capazes de quebrar os componentes químicos da madeira em moléculas menores e, depois, sorve o que lhe interessa. Todo o alimento é extraído das árvores, primeiro das raízes e depois do caule. O roubo de nutrientes é tão intenso que a árvore morre. Ao atingir o caule, o megafungo se manifesta sob nova forma, agora uma cobertura esbranquiçada e viscosa, parecida com uma camada de cola. Árvores de grande porte podem sobreviver por muitos anos ao ataque do fungo, mas perdem vigor e têm o crescimento bastante afetado. Um observador atento consegue identificar uma árvore atacada por esse pesadelo subterrâneo: as raízes enfraquecem, as folhas descolorem e caem, a madeira está sempre umedecida. Nem por isso o megafungo é um vilão. Os cientistas o consideram um elo essencial no ecossistema das florestas. A ele cabe o papel de lixeiro, limpando áreas para que novas árvores possam nascer. Mesmo assim, é um consolo saber que um ser desses jamais conseguiria sobreviver numa cidade.(Revista Veja on-line 16 de Agosto de 2000)
3 comentários:
MUITO BOM!
A informação é interessantíssima, sobretudo agora que curso Biotecnologia.
Muito interressante saber que o maior ser vivo do planeta é um fungo...
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