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terça-feira, 29 de junho de 2010

Cervo do Pantanal


É o maior cervídeo da América do Sul. Pesa em média 100kg, mas alguns indivíduos adultos podem ultrapassar 150kg. Está ameaçado de extinção devido a:
a caça ilegal;
a destruição de seu habitat em decorrência das construções de usinas hidrelétricas e de projetos de irrigação;
as doenças introduzidas por animais domésticos como a febre aftosa e brucelose.
O cervo-do-pantanal é característico de áreas inundáveis e de varjões de cerrado, onde se alimenta de capim e plantas palustres (Goeldi, 1893). Segundo Coimbra/Filho (1972), este cervídeo se alimenta de brotos de plantas de diversas famílias, especialmente leguminosas. A adaptação deste animal ao meio alagável pode ser constatada pela presença de membranas que unem seus dedos, o que facilita a locomoção dentro d'água.
Na natureza é comumente observado em pequenos grupos familiares e casais, mas indivíduos solitários são freqüentes (Crabrera e Yepes, 1960). Alguns pesquisadores explicam que o cervo-do-pantanal vive em pequenos grupos sociais porque foi pressionado pelo processo de caça histórica e/ou pelo fato dos habitats da espécie estarem sujeitos a severas inundações sazonais. Isto faz com que os cervos utilizem áreas mais altas durante as cheias, onde a capacidade de suporte é limitada. Assim, grandes grupos não podem ser formados.

 
Os cascos desse animal podem ficar completamente abertos e as duas metades em que eles se dividem se mantêm unidas por uma membrana interdigital. Esses cascos evitam que o animal afunde no lodo. O cervo-do-Pantanal tem uma galhada bifurcada, com cinco pontas em cada haste. É muito arisco e esconde-se durante o dia. À noite, vai para as clareiras em grupos de cinco ou mais para alimentar-se de capim, juncos e plantas aquáticas. O cervo freqüentemente entra na água. Os machos, ao contrário da maioria dos outros antílopes, não lutam pela posse das fêmeas.

Embora sua carne não sirva para comer, o cervo-do-Pantanal é caçado por causa do seu couro e da galhada. Os índios da América do Sul preparam vários tipos de remédio com a galhada do cervo-do-Pantanal, desde uma "poção do amor"até uma mistura par facilitar o parto.
 

O cervo-do-pantanal ocorria originalmente desde o Uruguai e norte da Argentina até os Estados brasileiros do Amazonas, Bahia, Goiás e Pará, sempre ao sul do rio Amazonas. Atualmente, sua população está restrita ao Pantanal (onde são encontrados em maior número) e à Ilha do Bananal. Pequenas ilhas de população foram identificadas (Tomás,1992) no norte de Mato Grosso, no sul do Pará, Tocantins, sudoeste de Goiás e na Bacia do rio Paraná. No Rio Grande do Sul foi constatada uma última população residual (Tomás,1992), a qual pode estar extinta atualmente.
Pesquisadores da Embrapa Pantanal (Corumbá, MS) se encontram na etapa final do diagnóstico de campo que dará suporte para a elaboração de um Plano de Conservação para as populações de cervos-do-pantanal, espécie em situação crítica no Estado de São Paulo e ameaçada de extinção em todo o País. O trabalho está sendo realizado nas áreas de influência do reservatório da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera), na divisa entre os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, e conta com a participação da Companhia Energética de São Paulo (CESP), concessionária do empreendimento.
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O levantamento, feito com helicóptero, visa estimar o tamanho da população remanescente de cervos na região, as densidades populacionais dessa espécie nas diferentes áreas de ocorrência e as condições de conservação dos ambientes onde vivem esses animais. Os dados ajudarão a formular um plano de conservação de longo prazo, que será coordenado por técnicos da CESP, que está comprometida com conservação do cervo-do-pantanal na região. Nessa etapa do trabalho está sendo realizado o segundo levantamento aéreo após o enchimento do reservatório.
Os pesquisadores Walfrido Tomás, doutorando em Gestão da Biodiversidade na Universidade de Kent, na Inglaterra, e Ubiratan Piovezan, Doutor em Ecologia pela UnB, ambos da Embrapa Pantanal, e Liliani Tiepolo, doutoranda em Zoologia no Museu Nacional do Rio de Janeiro, voaram 25 horas contando os cervos que sobrevivem nas várzeas remanescentes às margens do reservatório de Porto Primavera e seus afluentes (Rios Verde e Pardo, no Mato Grosso do Sul, e Aguapeí e Peixe, em São Paulo). A técnica utilizada é a mesma que a equipe de Fauna da Embrapa aplica no Pantanal, desde 1991, em levantamentos aéreos.


Estima-se que o conjunto de populações de cervos em toda a região do reservatório se situe entre 400 e 600 exemplares, já que inclui também os Rios do Peixe (SP) e Pardo (MS). As primeiras análises sugerem que essa população se manteve estável desde o último levantamento, feito em 2001.

Também foi constatada a existência de cervos-do-pantanal em áreas relativamente bem conservadas, nas várzeas dos Rios Inhanduí e Pardo, no Estado do Mato Grosso do Sul.

Além disso, a maior parte dos animais remanescentes se encontra em áreas legalmente protegidas, como o Parque Estadual do Aguapeí e as reservas particulares da foz do Aguapeí e da Fazenda Cisalpina, às margens dos Rios Verde e Paraná, que são de propriedade da Companhia Energética de São Paulo (CESP). Essas duas populações foram estimadas entre 300 e 500 cervos. Há ainda uma população de cerca de 1.500 cervos-do-pantanal abrigada no Parque Nacional de Ilha Grande, no Paraná, e no Parque Estadual das Várzeas do Ivinhema, no Mato Grosso do Sul, que também será incorporada ao Plano de Conservação.

“Apesar dessas boas notícias, os cervos ainda sofrem ameaças graves: as várzeas estão sendo degradadas por canais de drenagem e por assoreamento, além de intenso uso pecuário”, alerta o pesquisador da Embrapa Pantanal, Walfrido Tomás. Segundo ele, essas ameaças diminuem a disponibilidade de abrigo e alimentos para a espécie, e a caça ilegal ainda persiste nessa e em outras regiões dos estados pesquisados, especialmente quando os animais estão próximos de assentamentos ou cidades.

O Plano de Conservação, cuja conclusão está prevista para o segundo semestre de 2005, terá como foco a conservação do cervo-do-pantanal em seu próprio hábitat, nas várzeas remanescentes na região, e deverá formular propostas para eliminar ou reduzir essas ameaças. Deverão ser indicadas ações como a conservação e recuperação ambiental das várzeas, que abrigam não só os cervos, mas dezenas de outras espécies de mamíferos, aves e répteis, a educação ambiental nas cidades e reassentamentos populacionais próximos e a implantação de um sistema de monitoramento das populações de cervos. É essencial, entretanto, que sejam adotadas medidas urgentes de fiscalização para coibir a degradação ambiental e a caça, que poderão inviabilizar o Plano de Conservação e a própria sobrevivência do cervo na região.



Fonte:Saude Animal/Portal São Francisco/Ambiente Brasil

5 comentários:

lucas josé disse...

muito ricas as informações postadas. porém gostaria que acrescentasse algo a respeito do destino dado ao couro dos cervos caçados. parabéns!

Anônimo disse...

Nem conhecia esse animal, mas quando comecei a ler sobre ele já me apaixonei, ele é tão bonito, gostaria de ver um de perto. Muito boas as informações, gostaria tbem de saber mais sobre as doenças que tbem tem levado esse cervo a extinção. Obrigada e parabéns pelo trabalho!
Que Jesus os abençoe!!!!

Anônimo disse...

eu amei tudo tudo tudo e maravilhoso

Anônimo disse...

kkk odeie brincadeifra adorei ou vc sabe como conservar esse animal??? tipo como ele sqair da extinção???

Anônimo disse...

nossa, nem sabia que esse animal existia, mais agora eu sei, e tudo mundo tem que ajudar e diminuir a extinçao... e outra , a pessoa que postou esse comentario ai em cima, é doida, não usa nem virgula kkk enfim, parabens pela reportagem, me ajudou muito no meu trabalho escolar (:

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