É o maior cervídeo da América do Sul. Pesa em média 100kg, mas alguns indivíduos adultos podem ultrapassar 150kg. Está ameaçado de extinção devido a:
a caça ilegal;
a destruição de seu habitat em decorrência das construções de usinas hidrelétricas e de projetos de irrigação;
as doenças introduzidas por animais domésticos como a febre aftosa e brucelose.
O cervo-do-pantanal é característico de áreas inundáveis e de varjões de cerrado, onde se alimenta de capim e plantas palustres (Goeldi, 1893). Segundo Coimbra/Filho (1972), este cervídeo se alimenta de brotos de plantas de diversas famílias, especialmente leguminosas. A adaptação deste animal ao meio alagável pode ser constatada pela presença de membranas que unem seus dedos, o que facilita a locomoção dentro d'água.
Na natureza é comumente observado em pequenos grupos familiares e casais, mas indivíduos solitários são freqüentes (Crabrera e Yepes, 1960). Alguns pesquisadores explicam que o cervo-do-pantanal vive em pequenos grupos sociais porque foi pressionado pelo processo de caça histórica e/ou pelo fato dos habitats da espécie estarem sujeitos a severas inundações sazonais. Isto faz com que os cervos utilizem áreas mais altas durante as cheias, onde a capacidade de suporte é limitada. Assim, grandes grupos não podem ser formados.
Os cascos desse animal podem ficar completamente abertos e as duas metades em que eles se dividem se mantêm unidas por uma membrana interdigital. Esses cascos evitam que o animal afunde no lodo. O cervo-do-Pantanal tem uma galhada bifurcada, com cinco pontas em cada haste. É muito arisco e esconde-se durante o dia. À noite, vai para as clareiras em grupos de cinco ou mais para alimentar-se de capim, juncos e plantas aquáticas. O cervo freqüentemente entra na água. Os machos, ao contrário da maioria dos outros antílopes, não lutam pela posse das fêmeas.
Embora sua carne não sirva para comer, o cervo-do-Pantanal é caçado por causa do seu couro e da galhada. Os índios da América do Sul preparam vários tipos de remédio com a galhada do cervo-do-Pantanal, desde uma "poção do amor"até uma mistura par facilitar o parto.
O cervo-do-pantanal ocorria originalmente desde o Uruguai e norte da Argentina até os Estados brasileiros do Amazonas, Bahia, Goiás e Pará, sempre ao sul do rio Amazonas. Atualmente, sua população está restrita ao Pantanal (onde são encontrados em maior número) e à Ilha do Bananal. Pequenas ilhas de população foram identificadas (Tomás,1992) no norte de Mato Grosso, no sul do Pará, Tocantins, sudoeste de Goiás e na Bacia do rio Paraná. No Rio Grande do Sul foi constatada uma última população residual (Tomás,1992), a qual pode estar extinta atualmente.
O levantamento, feito com helicóptero, visa estimar o tamanho da população remanescente de cervos na região, as densidades populacionais dessa espécie nas diferentes áreas de ocorrência e as condições de conservação dos ambientes onde vivem esses animais. Os dados ajudarão a formular um plano de conservação de longo prazo, que será coordenado por técnicos da CESP, que está comprometida com conservação do cervo-do-pantanal na região. Nessa etapa do trabalho está sendo realizado o segundo levantamento aéreo após o enchimento do reservatório.
Estima-se que o conjunto de populações de cervos em toda a região do reservatório se situe entre 400 e 600 exemplares, já que inclui também os Rios do Peixe (SP) e Pardo (MS). As primeiras análises sugerem que essa população se manteve estável desde o último levantamento, feito em 2001.
Também foi constatada a existência de cervos-do-pantanal em áreas relativamente bem conservadas, nas várzeas dos Rios Inhanduí e Pardo, no Estado do Mato Grosso do Sul.
Além disso, a maior parte dos animais remanescentes se encontra em áreas legalmente protegidas, como o Parque Estadual do Aguapeí e as reservas particulares da foz do Aguapeí e da Fazenda Cisalpina, às margens dos Rios Verde e Paraná, que são de propriedade da Companhia Energética de São Paulo (CESP). Essas duas populações foram estimadas entre 300 e 500 cervos. Há ainda uma população de cerca de 1.500 cervos-do-pantanal abrigada no Parque Nacional de Ilha Grande, no Paraná, e no Parque Estadual das Várzeas do Ivinhema, no Mato Grosso do Sul, que também será incorporada ao Plano de Conservação.
“Apesar dessas boas notícias, os cervos ainda sofrem ameaças graves: as várzeas estão sendo degradadas por canais de drenagem e por assoreamento, além de intenso uso pecuário”, alerta o pesquisador da Embrapa Pantanal, Walfrido Tomás. Segundo ele, essas ameaças diminuem a disponibilidade de abrigo e alimentos para a espécie, e a caça ilegal ainda persiste nessa e em outras regiões dos estados pesquisados, especialmente quando os animais estão próximos de assentamentos ou cidades.
O Plano de Conservação, cuja conclusão está prevista para o segundo semestre de 2005, terá como foco a conservação do cervo-do-pantanal em seu próprio hábitat, nas várzeas remanescentes na região, e deverá formular propostas para eliminar ou reduzir essas ameaças. Deverão ser indicadas ações como a conservação e recuperação ambiental das várzeas, que abrigam não só os cervos, mas dezenas de outras espécies de mamíferos, aves e répteis, a educação ambiental nas cidades e reassentamentos populacionais próximos e a implantação de um sistema de monitoramento das populações de cervos. É essencial, entretanto, que sejam adotadas medidas urgentes de fiscalização para coibir a degradação ambiental e a caça, que poderão inviabilizar o Plano de Conservação e a própria sobrevivência do cervo na região.
Fonte:Saude Animal/Portal São Francisco/Ambiente Brasil
5 comentários:
muito ricas as informações postadas. porém gostaria que acrescentasse algo a respeito do destino dado ao couro dos cervos caçados. parabéns!
Nem conhecia esse animal, mas quando comecei a ler sobre ele já me apaixonei, ele é tão bonito, gostaria de ver um de perto. Muito boas as informações, gostaria tbem de saber mais sobre as doenças que tbem tem levado esse cervo a extinção. Obrigada e parabéns pelo trabalho!
Que Jesus os abençoe!!!!
eu amei tudo tudo tudo e maravilhoso
kkk odeie brincadeifra adorei ou vc sabe como conservar esse animal??? tipo como ele sqair da extinção???
nossa, nem sabia que esse animal existia, mais agora eu sei, e tudo mundo tem que ajudar e diminuir a extinçao... e outra , a pessoa que postou esse comentario ai em cima, é doida, não usa nem virgula kkk enfim, parabens pela reportagem, me ajudou muito no meu trabalho escolar (:
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