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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Escorpiões

 O escorpião, também conhecido por lacrau ou alacrau, é um animal invertebrado artrópode (com patas formadas por vários segmentos) que pertence à ordem Scorpiones estando enquadrado na classe dos aracnídeos .

Etimologia e origens

O nome escorpião é derivado do latim scorpio/scorpionis. Lacrau vem do árabe al-'aqrab.
Existem registros científicos da existência dos escorpiões há mais de 400 milhões de anos. Segundo pesquisas, foram eles os primeiros artrópodes a conquistar o ambiente terrestre. Nesta adaptação, lhes foi muito útil a carapaça de quitina que compõe o seu exoesqueleto e que evita a evaporação excessiva.
Atualmente já estão catalogadas cerca de 1600 espécies e subespécies distribuídas em 116 gêneros diferentes em todo o mundo. No Brasil existem cerca de 140 espécies.
Existem escorpiões em todos os continentes, exceto na Antártida e Nova Zelândia. Encontramos espécies nos Alpes suíços e Europa em geral, no México, Estados Unidos e Canadá, na América do Sul em geral, entre lixo e entulhos das pequenas e grandes cidades, na Floresta Amazônica (Brasil), na Oceania, no norte do Mediterrâneo, no Oriente Médio, na Índia, no norte e sul da África e Ásia. Suas cores variam do amarelo palha ao negro total, passando por tons intermediários, como o amarelo-avermelhado, vermelho-amarronzado, marrom e tons de verde ou mesmo de azul.

Vida, alimentação e hábitos

 

As diferentes espécies de escorpiões têm tempos de vida muito diferentes e o tempo de vida real da maioria das espécies não é conhecido. A gama do tempo de vida parece situar-se entre os 4 a 25 anos, tendo sido 25 anos o tempo de vida máximo registado para a espécie H. arizonensis.
Preferem viver em áreas com uma temperatura entre 20 °C e 37 °C, mas sobrevivem em temperaturas de 14 °C a 56 °C. Perfeitamente adaptados às condições climatéricas do deserto, suportam uma amplitude térmica diária na ordem dos 40 °C.
São animais carnívoros e têm geralmente hábitos noturnos e crepusculares, quando caçam e se reproduzem. Sua alimentação é baseada em insetos invertebrados tais como cupins, grilos, baratas, moscas e mutucas, e também de outro aracnídeo, a aranha. Uma curiosidade a destacar é o fato de, quando da escassez completa de alimento, os animais desta espécie praticam o canibalismo para sobreviver, ou seja, devoram seus semelhantes. Os escorpiões conseguem comer quantidades imensas de alimento, mas conseguem sobreviver com 10% da comida de que necessitam, podendo passar até um ano sem comer e consumindo muitíssimo pouca água, quase nada durante sua vida inteira.
Os escorpiões têm uma forma de se alimentarem característica, usando as suas quelíceras. Estas são umas pequenas garras que saem da boca, muito afiadas, que são usadas para retirar pequenos pedaços de alimento da sua presa e colocá-los na boca. O escorpião só digere alimentos em forma líquida, rejeitando qualquer matéria sólida (pêlo, exoesqueleto, etc.).
Os predadores naturais do escorpião são as lacraias, louva-deus, macacos, aranhas, sapos, lagartos, seriemas, corujas, gaviões, quatis, galinhas, camundongos, algumas formigas e os próprios escorpiões.

Reprodução

A reprodução da grande maioria das espécies é sexuada, exigindo a intervenção de machos e fêmeas. Porém, algumas espécies possuem reprodução monóica (também chamada partenogênese), ou seja, não exige a presença de machos. Neste processo, óvulos não fertilizados dão origem a embriões vivos. Na reprodução sexuada, tal como em outras espécies, há uma dança nupcial que antecede o acasalamento. O macho limpa o chão com os pentes e deposita aí uma cápsula contendo espermatozóides (espermatóforo). De seguida, arrasta a fêmea para cima dos espermatozóides a fim de que ela os receba.
Os escorpiões são vivíparos, ou seja, não põem ovos. Podem gerar de 6 a 90 filhotes e o tempo de gestação varia com a temperatura, espécie e alimentação da mãe, podendo estar entre 2 meses e 2 anos. Os filhotes nascem completamente brancos e por meio de parto, através de uma fenda genital. Eles ficam colados ao dorso materno por cerca de 10 a 14 dias até completar-se a primeira muda (quanto mais jovem o escorpião, mais mudas ele fará) até que consigam obter seu próprio alimento sozinhos. A idade adulta é alcançada com cerca de um ano de vida.

Características físicas

O corpo dos escorpiões é dividido em prosomo (cefalotórax), mesossomo e metassomo.
  • O prosomo é a região anterior, onde se encontram os olhos, quelíceras, pedipalpos terminados em quelas (pinças) e pernas e os pentes.
  • O mesossomo é a região larga do corpo, onde se encontram as cauda, ali se encontram uma estrutura cilíndrica com um espinho na ponta, chamada telson (o ferrão), duas glândulas de veneno e o ânus.
Das 1600 espécies de escorpião, apenas 25 causam graves acidentes ao homem.
Algumas espécies atingem dimensões da ordem dos 30 cm e chegam a capturar até pequenos vertebrados (lagartos, rãs e roedores).
Os artrópodes possuem esqueleto externo—o exosqueleto, uma estrutura dura, quitinosa, que reveste seu corpo. Os aracnídeos são artrópodes sem antenas, com quatro pares de patas torácicas e um par de palpos. Respiram por meio de filotraquéias, pulmões foliares, como páginas de um livro. Seu corpo é dividido em cefalotórax e abdômen.
Os escorpiões diferem dos outros aracnídeos por terem palpos compridos, além da característica cauda longa e perigosa. Os palpos funcionam como pinças grandes e poderosas, que podem ser usadas para segurar e dominar suas presas. São muito sensíveis ao tato e ao deslocamento do ar, devido à presença de cerdas muito longas e finas.Os escorpiões também podem possuir maior número de olhos que outros aracnídeos, algumas espécies chegando a possuir até seis pares, embora não seja comum.
O corpo do escorpião é constituído por uma parte mais volumosa, o tronco, e por outra mais longa e estreita, chamada "cauda". A carapaça que constitui o tronco sem apresentar segmentação é chamada prossoma e engloba o cefalotórax, que não apresenta uma cabeça distinta. A parte que constitui o abdômen é o opistossoma e é bastante segmentada, chegando a apresentar doze segmentos. O opistossoma divide-se em mesossoma, porção abdominal que faz parte do tronco, e metassoma, porção formada pelos cinco segmentos posteriores. Estes constituem a cauda, juntamente com o telso, o último anel. A cauda termina como um aguilhão e é através deste ferrão que o escorpião inocula sua peçonha. No cefalotórax localizam-se os dois olhos medianos, na saliência cômoro-ocular, e os olhos laterais, de cada lado da carapaça.

 Veneno e toxicidade

O ferrão do escorpião (chamado de telson), além de servir para agarrar a presa, se defender, e no acasalamento, inocula na presa um veneno. Este veneno contém uma série de substâncias cuja composição química não está bem definida, porém contém neurotoxinas, histaminas, seratonina, enzimas, inibidores de enzimas, e outras. Parece, segundo os pesquisadores, que as neurotoxinas agem sobre as células nervosas da presa, com uma certa especificidade, dependendo do tipo de animal.
É interessante saber que a toxicidade do veneno de um escorpião pode ser comparada com o tamanho de seus pedipalpos (o equivalente ao braço humano do escorpião); quanto mais robustos os pedipalpos, menos o escorpião utiliza-se do veneno para com suas presas e quanto menores eles forem, mais o veneno do escorpião pode ser letal às suas presas.
O veneno de escorpiões do tipo Tityus serrulatus, que parece ser o veneno mais tóxico de todos os escorpiões da América do Sul, age sobre o sistema nervoso periférico dos humanos, causando dor, pontadas, aumentando a pulsação cardíaca e diminuindo a temperatura corporal. Estes sintomas, devido ao seu peso corporal, são mais acentuados em crianças, e devido às condições físicas, aos idosos. Todos os escorpiões são venenosos, porém apenas 25 espécies podem ser mortais aos humanos. Sua ferroada assemelha-se em grau de toxicidade da ferroada de uma abelha.
O tratamento consiste na aplicação local da ferroada de um anestésico (lidocaína a 2%) e soro antiescorpiônico (obtido de escorpiões vivos). O tratamento deve ser hospitalar, de preferência com a apresentação do escorpião para facilitar o diagnóstico e o tratamento.

 Prevenção de acidentes

Os escorpiões só atacam o homem quando se sentem acuados e em circunstância de defesa. Para que um acidente com escorpiões não ocorra, devem-se tomar algumas medidas básicas de prevenção. Veja a seguir:
  • Sacuda e examine calçados e roupas antes de usar;
  • Mantenha limpos os locais próximos a residências evitando acúmulo de lixo, entulhos e materiais de construção;
  • Mantenha o habitat familiar livre de baratas, que são reconhecidas como um dos principais alimentos dos escorpiões nos centros urbanos.
  • Não coloque mãos e pés dentro de buracos, montes de pedras ou lenhas;
  • Use sempre calçados e luvas nas atividades rurais ou de jardinagem;
  • Use telas e vedantes em portas e janelas;
  • Use ralos protetores;
  • Crie aves domésticas em zonas rurais, que agem como predadores naturais;
  • Em áreas sabidamente escorpiônicas, mantenha as camas a uma distância mínima de 10 cm das paredes.

E se houver um acidente?


Se ainda assim um acidente com escorpiões ocorrer, primeiro deve-se evitar o pânico, lavar o local com água e sabão, aplicar compressas de água fria (para causar vasoconstricção e diminuir a profusão do veneno) e procurar um médico.
O ser humano, após ser picado, pode ter hipotermia ou hipertermia, sudorese profunda, visão embaçada, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia, arritmias cardíacas, choque, taquipnéia, edema pulmonar agudo, agitação, sonolência, confusões mental e tremores, além de inchaço e vermelhidão no local da picada.
Saliente-se que a toxicidade do veneno depende de diversos fatores, tais como a espécie do escorpião (de 1600 espécies catalogadas apenas 25 são venenosas ao homem); a quantidade de peçonha (veneno) injetada; o tamanho e o estado físico da vítima.
Atenção especial para crianças e idosos: enquanto as crianças têm mais chances de envenenamento porque possuem menor massa corporal, os idosos também caem nesta situação já pelo estado natural da velhice. Já foram constatados casos de pessoas alérgicas ao veneno do escorpião, nestes casos o veneno age muito rápido, podendo levar a vítima à morte em pouco tempo.
É recomendável a captura do escorpião para que seja identificado mais rapidamente qual o antídoto a ser aplicado. Se a vítima estiver no Brasil, pode fazer uma ligação gratuita para 0800 780 200, órgão que possui uma equipe especializada para fazer a identificação destes animais e indicar o socorro mais adequado para a situação.

O corpo dos escorpiões é igual ao das aranhas, com uma única diferença: o abdome é dividido em duas partes, pré-abdome e pós-abdome. No pós-abdome, encontra-se a glândula que produz o veneno, que o animal injeta na vítima com um aguilhão.
O maior de todos os escorpiões pode atingir até 21 cm e o menor chega no máximo a 12 mm quando adulto.
Os escorpiões se destacam entre os aracnídeos por terem uma duração de vida que vai além de uma estação. Sua longevidade vai dos 2 aos 6 anos. O maior tempo de vida registrado para um escorpião chega até 8 anos.
Os escorpiões podem viver tanto em lugares desertos quanto nas matas. Vivem também debaixo de pedras, tijolos, telhas e nas fendas das árvores. Acumular entulhos de obras e lixo em quintais e terrenos baldios onde se propaga insetos que constituem um ótimo ambiente para os escorpiões que encontram uma dieta constituída de: aranhas, baratas, grilos e moscas. Quando não encontra comida, os escorpiões praticam o canibalismo, isto é, devoram-se uns aos outros.
O atributo mais notório de um escorpião é seu ferrão venenoso. O veneno dos escorpiões é neurotóxico. Sua ação é muito rápida e forte. A dor é intensa se irradiando por todo o corpo da vítima. Agindo especialmente sobre o sistema nervoso, pode causar a morte por asfixia, pois os comandos que controlam a respiração ficam bloqueados. O soro anti-escorpiônico é o único remédio eficaz contra as ferroadas dos escorpiões. Todas as espécies de escorpião são venenosas.
Entre as cerca de 1050 espécies conhecidas, apenas um pequeno número é perigoso para os seres humanos a maioria produz uma reação semelhante à da ferroada da abelha, que é muito dolorosa, embora geralmente não ofereça perigo de morte.
Para os insetos, que são alimento potencial de escorpiões, todos os escorpiões são mortalmente venenosos.


Vejamos agora algumas principais espécies deste animal:
Tityus serrulatus
Tityus serrulatus
Nome científico:Tityus serrulatus
Nome comum: escorpião amarelo
Mede cerca de até 7cm de comprimento. Apresenta o tronco escuro, patas, pedipalpos e cauda amarela sendo esta serrilhada no lado dorsal. Considerado o mais venenoso da América do Sul, é o escorpião causador de acidentes graves, principalmente no Estado de Minas Gerais.
Tityus bahiensis
Tityus bahiensis
Nome científico: Tityus bahiensis
Apresenta uma coloração marrom-escuro, às vezes marrom-avermelhado, pernas amareladas com manchas escuras. Fêmures e tíbias dos pedipalpos com mancha escura. A mão do macho é bem dilatada. Esta espécie é o causador dos acidentes mais freqüentes em São Paulo.
Bothriurus araguayae
Bothriurus araguayae
Nome Científico: Bothriurus araguayae
O Bothriurus araguayae é um animal inofensivo não oferecendo perigo algum, por isto, é uma espécie apenas controlada para a preservação.
Tityus stigmurus
Tityus stigmurus
Nome científico: Tityus stigmurus
Apresenta uma coloração amarelo-claro com um triângulo negro na cabeça e uma faixa longitudinal mediana e manchas laterais no tronco.
Tityus cambridgei
Tityus cambridgei
Nome científico: Tityus cambridgei
Apresenta colorido geral castanho-avermelhado, com pontos de cor clara. O macho apresenta uma cauda mais longa que a fêmea.
Nome científico: Tityus trivittatus
Apresenta colorido amarelo-escuro, com três faixas longitudinais quase negras, podendo haver pequenas variações na cor. Atinge cerca de 7cm de tamanho.
Pandinus Imperator
Pandinus Imperator
Nome científico: Pandinus Imperator
Nome comum: Escorpião Imperador
O Escorpião Imperador (pandinus imperator) é uma espécie noturna originária da zona oeste do continente africano. De cor preta, quando colocado sob uma luz negra exibe uns reflexos verdes lembrando um tom metálico. Os escorpiões Imperador são quase cegos, mas, possuem pêlos sensoriais ao longo do corpo que suprem esta deficiência.

Cerca de 116 gêneros de escorpiões já foram identificados no mundo, os quais subdividem-se em cerca de 1.500 espécies. Embora sejam venenosos e peçonhentos, nem todas as espécies representam riscos a saúde pública.
A picada é muito dolorida, realizada através do ferrão que se localiza em sua extremidade final.
Os escorpiões habitam em áreas de clima quente, nas zonas tropicais e subtropicais, além de regiões áridas com muito pedregulho, que proporcionam esconderijo e proteção.
Seu alimento preferido são as baratas, mas os grilos e as aranhas também são apreciados.
Preferem caçar seu alimento do que recebê-lo morto, mas possuem uma particularidade importante: podem viver até um ano sem se alimentar. Desta forma, adaptam-se facilmente às condições adversas e conseguem sobreviver em esgotos, entulhos, pilhas de madeiras, pilhas de tijolos ou de telhas, cemitérios, abrigos nos domicílios, caixas de fiação elétrica, conduítes, entre outros.


Gary A. Polis, The Biology of Scorpions; Stanford University Press; Stanford, CA
Brasil. Ministerio da Saúde. Fundacao Nacional de Saúde, Manual de diagnostico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos, Brasília; Brasil. Ministerio da Saúde. Fundação Nacional de Saúde; 1998. 131 p.
Aranha F. Os escorpiões e suas relações com o homem: uma revisão. Ciência e Cultura 1988


Fontes: Fiocruz/Wikipédia/Infobibos

5 comentários:

Anônimo disse...

mto0 grande nem li todo

Anônimo disse...

Maravilhoso. Perfeito. Fiquei muito interado no assunto depois de ler essa matéria. Valeu!

Anônimo disse...

gostei muito,vou fazer uma feira de ciencias na escola e meu tema é escorpioes,essa materia me ajudou muito,Obrigada!

Anônimo disse...

Fui picada por um escorpiãom pequeno, na academia, que estava embaixo de um colchonete, na hora a dor doi grande, o prof. espremeu o lugar, mas 4 horas depois minha perna estava enorme.... fui até o hospital, me deram soro... e remedio prá dor.... uma semana depois no lugar estava parecendo um furunculo e depois estourou e saiu de lá umas larvas, fiquei apavorada e fui para o hospital novamente, lá cortaram e colocaram um dreno, minha perna na parte de tras ficou um buraco, pensei que não ia fechar... devido o musculo muito evvoluido da minha perna eu não fiquei lesada, mas tenho um fundo na perna.... como li na reportagem que o Escorpião na poe ovos .... não é vivifero, como pode ser as larvas alojadas em minha perna?
Boa noite Luiza

Unknown on setembro 11, 2015 disse...

A foto que apresenta um Tityus cambridgei na verdade é um Tityus paraensis macho adulto. É possível encontrar na internet literaturas confiáveis com a foto do T. cambridgei autêntico.

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