Nesta semana um grupo de 73 baleias piloto encalhou em Karikari no litoral da Nova Zelândia. Voluntários e biólogos se esforçaram para mantê-las flutuando e respirando. Uma baleia pesa uma tonelada e meia e são necessários cinco homens para cuidar de cada animal. Cinquenta e oito morreram.
A maioria das baleias morreu porque ficaram presas durante a noite e só foram descobertas após várias horas encalhadas.
Os trabalhos foram prejudicados pela chuva e forte vento do inverno austral.
Os corpos de 49 baleias mortas foram enterrados neste domingo (22). Uma vala foi aberta na areia e escavadeiras ajudaram a carregar as baleias mortas.
Cerca de 15 animais foram resgatados com vida , eles foram dóceis e não precisaram ser sedados para o resgate, muitos, porém, apresentavam más condições de saúde, segundo o Projeto Jonah, voltado para o socorro a cetáceos na Nova Zelândia.
“O plano é remover as baleias e as lançar na Baía Matai, onde as condições do mar serão melhores e o local, mais protegido”, afirmou então Mike Davies, diretor do Departamento de Conservação.
Desde 1840, mais de 5 mil atolamentos de baleias e golfinhos foram registradas na costa do país, segundo dados do órgão.
A mesma praia já havia testemunhado um grupo de 101 baleias-piloto presas no solo em 2007.
Os cientistas acreditam que o barulho de navios ou uma baleia desorientada tenha levado o bando a encalhar na praia.
Segundo o veterinário Milton Marcondes, coordenador de pesquisa do Instituto Baleia Jubarte.
Quando dois ou mais animais (sem ser mãe e filhote) encalham juntos, acontece o chamado encalhe em massa, como o da Nova Zelândia. Eles só ocorrem em espécies que vivem em bando, como golfinhos e baleias piloto.
Nesses casos, o animal líder se desorienta ou fica doente e leva todo o grupo com ele. “Antigamente, quando não se sabia que havia esse líder, dizia-se que a baleia ‘cometia suicídio’ – o animal era levado ao alto mar e acabava voltando à praia. Hoje se sabe que elas voltam chamadas por ele,” conta Marcondes. E é difícil descobrir qual baleia lidera o grupo e o que está errado com ela.
Alguns lugares são mais propícios ao encalhe que outros. Litorais muito recortados, como o de Cape Cod, nos Estados Unidos, e praias com declives suaves tendem a confundir as baleias, cujo sonar não identifica onde o mar começa a ficar raso demais.
Uma hipótese controversa tenta explicar a freqüência de encalhes em lugares como a Nova Zelândia. Ela diz que os cetáceos se orientam pelo campo magnético terrestre, e onde suas linhas convergem e sofrem distorções, as baleias se confundem mais facilmente. As praias neozelandesas seriam um destes lugares.
Enquanto isso no Brasil!
Nesta segunda-feira (23), o Centro Nacional de Pesquisa, Conservação e Manejo de Mamíferos Aquáticos do governo federal reuniu mais de 30 instituições para formar uma Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos da Região Sudeste para trocar informações sobre encalhes de baleias e golfinhos na costa dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Ela vai se unir a redes semelhantes no Sul e Nordeste, e os pesquisadores esperam em breve formar uma rede nacional, que poderá centralizar as informações de encalhes em todo o país e padronizar o atendimento aos animais encalhados.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
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